Caros
colegas, sou Coach/ Psicólogo/ Headhunter, profissional Sênior, e
lamentavelmente percebo diariamente o quanto ainda a maioria das empresas
atuantes no Brasil rechaçam e discriminam veladamente profissionais acima de 40
anos, como se fosse sinônimo para invalidez, incapacidade e improdutividade.
Ao longo de
minha carreira, sou um dos que luta intensamente por apontar, defender as
vantagens e diferenciais dos profissionais seniores, pois tenho convicção,
certeza e acredito na liderança, disposição, vitalidade, maturidade e
capacidade para obter resultados, com menor custo energético e emocional.
Assim, há mais de treze anos venho conseguindo contribuir e obter ainda que
timidamente, alguma abertura para re-inserção desses profissionais em seu
segmento de atuação em posição de liderança.
Recentemente,
fui positivamente surpreendido ao assistir um programa na National Geographic
sobre a linha de montagem do Audi R8 na fábrica de Neckarsulm
na Alemanha. Tal esportivo de alumínio, de produção artesanal, apenas 15
unidades/ dia, custa no Brasil R$800.000,00 é feito à mão em 80% com 120
“operários”, restando 20% para a Robótica. O ciclo da “concepção” ao
“nascimento” de cada R8 dura 8 dias, sendo este momento celebrado pelo orgulho
dos profissionais desta fábrica residir na capacidade de entregarem um produto
de altíssima qualidade, beirando a perfeição e reconhecido mundialmente.
A melhor
parte da história é que está nítido que os Alemães já acordaram para os
diferenciais positivos de se contratar, desenvolver e manter equipes de alto
nível de qualificação e que são Seniores. Os 120 integrantes da linha de
montagem do R8 estão bem acima dos 40 anos e são conhecidos como Platinados, pois
todos são grisalhos e a maioria atua a mais de 20 anos na empresa.
Penso que o
Brasil já poderia ter aprendido tal lição com a conhecida e rica experiência:
(reestruturação – “velha guarda” X “High Potential), fornecida pela
Termomecânica, após o falecimento de seu líder – Salvador Arena em Janeiro de
1998.
Caro leitor,
o propósito de tal reflexão é deixar claro que os profissionais maduros são tão
importantes e necessários quantos os “High Potential” os da Geração X ou Y, mas
desde que as empresas entendam e respeitem que, cada qual tem seu próprio
papel, espaço e indicação específica em área, segmento e nível hierárquico
compatível com sua expertise e vivência.
Continuo
acreditando que o atual cenário há de se modificar no sentido de abrir maior
espaço aos profissionais maduros, os mesmos que no passado recente fizeram
muito pelas empresas em que atuaram e ainda estão em plena condição de
continuar contribuído para o sucesso da empresa que o contratará e com o
Brasil.
Marcio
Caldellas
Psicólogo/ Personal, Career & Executive Coach/
Headhunter