terça-feira, 14 de outubro de 2014

Há luz no fim do túnel – Caso Audi, por Marcio Caldellas.

Caros colegas, sou Coach/ Psicólogo/ Headhunter, profissional Sênior, e lamentavelmente percebo diariamente o quanto ainda a maioria das empresas atuantes no Brasil rechaçam e discriminam veladamente profissionais acima de 40 anos, como se fosse sinônimo para invalidez, incapacidade e improdutividade.

Ao longo de minha carreira, sou um dos que luta intensamente por apontar, defender as vantagens e diferenciais dos profissionais seniores, pois tenho convicção, certeza e acredito na liderança, disposição, vitalidade, maturidade e capacidade para obter resultados, com menor custo energético e emocional. Assim, há mais de treze anos venho conseguindo contribuir e obter ainda que timidamente, alguma abertura para re-inserção desses profissionais em seu segmento de atuação em posição de liderança.

Recentemente, fui positivamente surpreendido ao assistir um programa na National Geographic sobre a linha de montagem do Audi R8 na fábrica de Neckarsulm na Alemanha. Tal esportivo de alumínio, de produção artesanal, apenas 15 unidades/ dia, custa no Brasil R$800.000,00 é feito à mão em 80% com 120 “operários”, restando 20% para a Robótica. O ciclo da “concepção” ao “nascimento” de cada R8 dura 8 dias, sendo este momento celebrado pelo orgulho dos profissionais desta fábrica residir na capacidade de entregarem um produto de altíssima qualidade, beirando a perfeição e reconhecido mundialmente.

A melhor parte da história é que está nítido que os Alemães já acordaram para os diferenciais positivos de se contratar, desenvolver e manter equipes de alto nível de qualificação e que são Seniores. Os 120 integrantes da linha de montagem do R8 estão bem acima dos 40 anos e são conhecidos como Platinados, pois todos são grisalhos e a maioria atua a mais de 20 anos na empresa.

Penso que o Brasil já poderia ter aprendido tal lição com a conhecida e rica experiência: (reestruturação – “velha guarda” X “High Potential), fornecida pela Termomecânica, após o falecimento de seu líder – Salvador Arena em Janeiro de 1998.

Caro leitor, o propósito de tal reflexão é deixar claro que os profissionais maduros são tão importantes e necessários quantos os “High Potential” os da Geração X ou Y, mas desde que as empresas entendam e respeitem que, cada qual tem seu próprio papel, espaço e indicação específica em área, segmento e nível hierárquico compatível com sua expertise e vivência.

Continuo acreditando que o atual cenário há de se modificar no sentido de abrir maior espaço aos profissionais maduros, os mesmos que no passado recente fizeram muito pelas empresas em que atuaram e ainda estão em plena condição de continuar contribuído para o sucesso da empresa que o contratará e com o Brasil.

Marcio Caldellas
Psicólogo/ Personal, Career & Executive Coach/ Headhunter

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